A maioria dos membros Santos dos Últimos Dias estão familiarizados com o básico da história da operação de Joseph Smith na perna enquanto criança, mas talvez não conheçam sobre quão abençoado foi em ter o médico certo no momento certo.
Em 1812 os Smiths se mudaram para Lebanon, New Hampshire, e um ano depois todos os filhos foram acometidos de febre tifóide. Sophronia, a filha mais velha, estava a beira da morte e os Smiths acreditavam que sua vida fora poupada devido as suas orações. Joseph, de 8 anos, estava também doente, mas parecia se recuperar, até desenvolver uma grande e dolorosa bollha ou ferida próxima a seu ombro devido a febre. Depois de duas semanas de sofrimento, um médico veio em sua casa e removeu a ferida. A dor foi embora de seu ombro, mas reapareceu em sua perna.
Por diversas semanas, Joseph sofreu com dor excruciante, quase insuporável. Para amenizar o sofrimento, sua mãe Lucy e seu irmão Hyrum revezavam em apertar a perna de Joseph com as mãos. Finalmente, um médico cortou a perna ferida até o osso, aliviando a pressão e a agonia. Quando sua perna começou a curar, contudo, a dor retornou. Eventualmente, um grupo de médicos reuniu-se e concluiu que o osso estava tão afetado que a amputação era provavelmente necessária para salvar sua vida. Lucy os ouviu discutindo sobre um procedimento experimental onde o osso infectado poderia ser cortado da perna, e ela implorou que tentassem essa operação arriscada ao invés da amputação.
Hoje sabemos que Joseph provavelmente sofria de osteomielite, um transtorno que faz com que longos segmentos da diáfise óssea (eixo do osso) morram e depois sejam envoltos com novo tecido ósseo crescendo sobre a camada morta. Inevitavelmente, o osso morto destaca-se e se mantém no centro de uma cavidade de pus, drenando continuamente ou espalhando a infecção para outras partes do corpo - eventualmente resultando em morte. Hoje, tal problema pode ser resolvido com uma simples operação.
Nos Estados Unidos do começo do século dezenove, contudo, a cura típica para osteomielite era a amputação porque não haviam cirurgiões da maneira que conhecemos hoje. Aqueles médicos que praticavam cirurgia faziam mais pela necessidade do que por treinamento. Na verdade, poucos praticantes da medicina nos Estados Unidos de Jackson haviam sequer frequentado a escola médica, e na Nova Inglaterra de 1813 não havia uma única instituição que pudesse ser chamada de hospital.[1]
Consentindo aos desejos tanto de Joseph quanto de Lucy, os médicos concordaram em tentar o procedimento experimental. Eles sugeriram amarrar Joseph em sua cama, mas ele objetou, alegando que conseguiria suportar a operação melhor se desamarrado. O cirurgião então ofereceu a Joseph algum conhaque ou vinho para aliviar a dor. Ele recusou, requisitando que, em vez disso, seu pai o segurasse e sua mãe deixasse o quarto. Lucy andou várias centenas de jardas da casa para ficar fora do alcance de ouvir quando os cirurgiões começassem a escavucar a perna de Joseph, quebrando pedaços de osso com pinças. Ela escreveu sobre a experiência:
"Quando quebraram a primeira peça de osso, Joseph gritou tão alto que não consegui conter-me e corri até ele. Quando entrei no quarto ele gritou; 'Oh mãe, volte, volte; não quero que entre - tentarei aguentar se você for embora'. Quanto a terceira parte foi retirada, eu invadi o quarto de novo - e ah, meu Deus! Que cena para os olhos de uma mãe! A ferida aberta, o sangue ainda jorrando dela e a cama literalmente coberta em seu sangue. Joseph estava tão pálido quanto um cádaver, e grandes gotas de suor rolavam de sua face, enquanto sob cada traço retratava a mais profunda agonia!".[2]
Lucy foi retirada do quarto e impedida de entrar até que a operação acabasse. A operação foi um sucesso e Joseph lentamente começou a se recuperar. É significativo ressaltar que o ano de 1813 era setenta e seis anos antes da descoberta da aspirina, cinquenta e quatro anos antes de Joseph Lister publicar seus artigos sobre tratamento antiséptico de ferimentos, noventa e dois anos antes do desenvolvimento do iodo [como anti-séptico], setenta anos antes de vestimentas esterelizadas serem introduzidas nas salas de operação e noventa e três anos antes de Willis MacDonald suferir que cirurgiões deveriam lavar suas mãos antes de operar para reduzir a chance de infecções.[3]
Arthur E. Hertzler, um médico que cresceu no fim dos anos 1800, registrou suas memórias sobre práticas médicas do século dezenove. Em distritos rurais - como o em que os Smiths viviam - operações eram "praticamente desconhecidas". Hertzler escreveu:
"Na primeira operação que testemunhei, o cirurgião enfiou seda nas agulhas e então as prendeu na lapela de seu casaco, de modo que as tivesse facilmente acessíveis quando necessário. Ele segurava a faca em seus dentes quando não estava sendo utilizada.
Lesões que hoje parecem comparativamente triviais eram tratadas com amputação....a razão para tal medida radicail era devido a supuração e o cirurgião, geralmente chamado de certa distância, achava amputação a medida mais prática....a experiência era que se a amputação não fosse feita, morte por infecção provavelmente seguiria. Esse era um fim não evitado, contudo, em muitos casos pela amputação, porque o ferimento feito pela mesma frequentemente infeccionava e matava o paciente".[4]
Já que a anestesia e o clorofórmio permaneceriam desconhecidos até 1846 e 1872 (trinta e três anos e cinquenta e cinco anos depois da operação de Joseph), a maioria dos pacientes tomavam whisky e talvez oravam enquanto eram suturados. Quando um membro tinha que ser amputado, a marca de um bom cirurgião era a velocidade. Um cirurgião na Guerra Civil [dos Estados Unidos], por exemplo, cortava uma perna fora em apertados quarenta segundos (desde a incisão inicial até que o membro cortado atingisse o chão).[5]
A cirurgia realizada no jovem Joseph não era amplamente conhecida ou sequer extensivamente sugerida até o final dos anos 1800 e não se tornou procedimento padrão até depois da Primeira Guerra Mundial. Então, como Joseph conseguiu uma operação tão estranha em 1813? De acordo com a pesquisa do Dr. LeRoy Wirthlin, um certo Dr. Nathan Smith (sem relação com Joseph) era o cirurgião que realizou a operação. Talvez não coincidentemente, Dr. Smith tinha mais experiência com osteomielite do que qualquer outro no país, e sua taxa de sucesso era boa. Surpreendentemente, depois de sua morte, seu trabalho e resultados não foram repetidos até o começo do século vinte.
O trabalho do Dr. Smith estava gerações a frente de seu tempo, e ele era o único médico dos Estados Unidos em 1813 que tinha a perícia para lidar com sucesso com a doença óssea de Joseph. Se Joseph vivesse em qualquer outro lugar ou talvez algumas décadas antes ou depois, ele teria perdido sua perna. Apesar desta operação rara e experimental ter deixado Joseph de muletas por três anos (e lhe dado um leve mancar pelo resto de sua vida), o procedimento salvou sua perna e, talvez, sua vida.
*** Esse artigo é um extrato do livro "Sobre Fé e Razão: 80 Evidências Apoiando o Profeta Joseph Smith", escrito por Michael R. Ash e traduzido por Lukas Montenegro**
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Evidência #3 - O Nome de Joseph Seria Conhecido Mundialmente
Referências:
[1] LeRoy S. Wirthlin, "Nathan Smith (1762-1828) Surgical Consultant to Joseph Smith," BYU Studies (Spring 1977) 17:3, 319; LeRoy S. Wirthlin, Ensign, Mar. 1978, and LeRoy S. Wirthlin, "Joseph Smith's Boyhood Operation: An 1813 Surgical Success," BYU Studies 21, no. 2 (Spring 1981):131.
[2] Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith by His Moother Lucy Mack Smith (Salt Lake City, UT: Bookcraft), 57-58
[3] Richard H. Meade, An Introductiom to the History of General Surgery (Philadelphia: W. B. Saunders Co., 1968), 32-33
[4] Arthur E. Hertzler, The Horse and Buggy Doctor (NY: Harper and Brothers, 1938), 6-9.
[5] Ibid., 8
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Dentre os vários pontos doutrinários em que a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias se difere do Cristianismo tradicional, está o princípio de que Deus não falou a seus filhos unicamente por intermédio da Bíblia Sagrada.
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