A restauração é contínua. Algumas coisas estão sendo reveladas que jamais foram reveladas antes. Outros princípios provavelmente serão revelados novamente, porque o tivemos em um determinado momento mas foi perdido posteriormente.
Eu creio que algo está faltando na Igreja atualmente. Tem sido assim por muito tempo. Ao dizer que "está faltando" não quero dizer que nossos líderes não estão enxergando ou não querem fazer mudanças. Eles provavelmente querem, mas tudo acontece em seu tempo. Não é nosso dever apressá-los ou apressar a Deus. Reconhecer o que está faltando, entretanto, pode nos ajudar a assimilar o presente e esperar por dias melhores.
O problema está relacionado à comunhão espiritual. Você já sentiu que sua vida na Igreja como um membro ativo não é tudo o que você pensou que seria? Para aqueles que foram criados na Igreja, você sente que recebeu promessas em sua juventude, de talvez um tipo de experiência, que nunca foi recebida? Você já sentiu esperança por um tipo de irmandade na Igreja que nunca se materializou?
Eu já me senti assim. Bem vindos ao mundo moderno. Nossa sociedade é profundamente alienada, anormal, e não saudável psicologicamente, as vezes até mesmo dentro da Igreja. É suficiente afirmar que quanto mais uma pessoa assimila diferentes aspectos da sociedade, mais suscetível ela estará a vivenciar depressão durante sua vida. De acordo com o escritor Sebastian Junger, o próprio conceito de suicídio resultante de depressão é algo historicamente relativamente incomum, ligado ao ambiente moderno em que vivemos.
Como membros da Igreja, vivemos nesse mundo. Gostamos de pensar que não pertencemos ao mundo, e de certa forma isso é verdade. Mas inevitavelmente, de algumas maneiras ainda pertencemos. Mesmo se rejeitarmos alguns valores do mundo moderno, ainda assim estamos interligados a seu sistema de viver, trabalhar, produzir e consumir. Esse sistema nos controla e define a qualidade de nossos relacionamentos e nossa saúde psicológica de maneiras que a maioria das pessoas são incapazes de reconhecer.
As coisas nem sempre foram assim. A primeira vez que percebi isso foi em 2012, quando trabalhei em um acampamento de verão organizado pela BYU nas montanhas de Utah. Eu e aproximadamente 80 estudantes da BYU vivemos, trabalhamos, nos alimentamos, dormimos, nos divertimos e exercemos nossa espiritualidade em um belo vale entre as montanhas. Raramente deixávamos o acampamento, exceto nos fins de semana. Víamos uns aos outros frequentemente. Não era incomum trabalhar o dia todo com alguém, vê-los em cada refeição e jogar jogos de tabuleiro durante a noite.
Essa experiência única continuou durante todo o verão. A maioria das pessoas não vivenciam experiências como essas, nem mesmo com suas famílias. Apesar de ser raro atualmente, houve um tempo em que a maioria da raça humana vivia em grupo e com um objetivo em comum.
A conexão humana produzida pelo estilo de vida desses grupos era poderosa. Como evidência, eu notaria que em ambas as ocasiões em que eu trabalhei lá, cerca de 10% da liderança casaram-se uns com os outros. Quatro casais... Oito pessoas entre oitenta, em ambas as ocasiões. Naquele ambiente, as bençãos de viver o Evangelho eram maravilhosamente visíveis. Apesar de passarmos tanto tempo juntos, havia poucas desavenças, uma aceitação geral e amor a praticamente a todos, e uma unidade e propósito comum em servir que era quase tangível.
Envolvidos como estamos em um mundo alienador, as vezes essas bençãos do Evangelho não são óbvias. Quando nós mesmos nos sentimos deprimidos, é fácil olhar para aqueles que estão fora da Igreja e que parecem sofrer os mesmos sintomas e em seguida refletir se o Evangelho está nos fazendo bem. Eu testifico que o Evangelho faz e seu poder completo ainda nos será manifestado. Sião em sua plenitude não está aqui ainda, mas pode estar mais próxima do que imaginamos.
Joseph Smith sabia o poder de comunidades em retidão, aonde membros da Igreja vivem em unidade e amor. Ele nunca deixou de tentar construir cidades, mesmo sabendo que o ato de concentrar membros da Igreja atraía perseguição. Kirtland, Janckson County, Nauvoo sofreram o mesmo destino. Mesmo assim, ainda estamos surfando na onda preenchida de fé que aquelas primeiras comunidades iniciaram.
O conselho atual da Igreja é que não devemos geograficamente nos unir, caso isso signifique abandonar nossos países. Isso não significa, entretanto, que isso um dia não vá mudar. Se iremos construir Sião, precisaremos um dia viver a lei da consagração. Creio que essa lei exigirá uma reunião por sua própria natureza.
D&C 105:55 nos relembra que "Sião não pode ser edificada a não ser pelos princípios da lei do reino celestial; de outra forma, não posso recebê-la para mim mesmo."
E qual é a lei do reino celestial?
De acordo com D&C 78:4-7, o Senhor deu à Ordem Unida "Como estabelecimento e ordem permanente e eterna para minha igreja... Para que sejais iguais nos vínculos das coisas celestiais, sim, e também das coisas terrenas, para obtenção de coisas celestiais... ois se desejais que eu vos dê um lugar no mundo celestial, é preciso que vos prepareis, fazendo as coisas que eu mandei e que requeri de vós"
Joseph Smith contemplou em sua mente uma rede de comunidades consagradas que poderia eventualmente preencher todo o mundo nos últimos dias. Em seu mapa de 1833 da cidade de Sião, ele disse:
"Quando esse bloco for inserido e suprido, insira outro da mesma maneira, e assim preencha o mundo nesses últimos dias, e permita a todo homem viver na cidade, porque está é a cidade de Sião."
Muito de nosso desejo de conhecer, sermos conhecidose e de pertencer a algo maior seria melhor servido por essas comunidades do que por nosso modelo de alas e ramos. Viveríamos, trabalharíamos, adoraríamos e nos divertiríamos juntos. Nesse ambiente, superficialidade e hipocrisia seria mais difícil de sobreviver. Creio que muitas pessoas que atualmente enfrentam problemas em sentirem-se preenchidas em suas vidas encontrariam o apoio e comunhão que sempre precisaram. Através da sinergia do propósito comum, construiríamos grandes cidades e instituições que nos orgulhariam, assim como nossos predecessores fizeram em Nauvoo e em outros lugares.
Eu aguardo esse dia. Nem tudo está no ponto ideal no momento. Que não sejamos como aqueles que dizem "tudo vai bem em Sião" (2 Néfi 28:21). Apesar de nem tudo ir bem, podemos ainda assim encontrar felicidade e esperança. Talvez o Senhor esteja nos dizendo "Eis que em verdade vos digo, que por este motivo vos enviei — para que fôsseis obedientes e para que vosso coração estivesse preparado para prestar testemunho das coisas que estão para vir. E também para que tivésseis a honra de estabelecer o alicerce e de testificar quanto à terra na qual a Sião de Deus será edificada" (D&C 58:6,7)
Podemos prestar testemunho, fazer registros e até mesmo estabelecer o fundamento daquilo que está para vir. E podemos viver nossas vidas tão próximo deste ideal quanto possível, em meio aos desafios do mundo moderno. Enquanto isso, a restauração continuará.
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